terça-feira, 21 de abril de 2009

Learn to to find your way in darkness

O desejo de uma vida normal vem à todos, até ao poeta que se diz boêmio. A procura por uma pessoa especial, dessas que dizem em todo conto de fadas existir, que estará ao seu lado sempre que precisar, leva as pessoas as vezes à acreditar que nunca conseguirão ser elas sem outro, e por isso à entrar nos relacionamentos as vezes mais inusitados e curtos - é o medo do ser humano de envelhecer sozinho, de não constituir uma família. E este medo ataca até os mais confiantes.
Passei um bom tempo aprendendo a conviver comigo e com meus medos, com minhas tristezas e minhas ressacas. Para os primeiros a solução normalmente eram amigos e cerveja, para o segundo palavras. Isso porque a ressaca que falo aqui é mais moral que física. Acredito que todos devem aprender a viver por si, mas que nunca devem deixar de acreditar nesta busca, por mais mela-cueca, mamão com açúcar ou o quer que achem que isso pareça.

Votos


Prometo que chorarei no final de cada comédia romântica,
e que segurarei forte em seu braço quando sentir medo.
Prometo que darei beijos e abraços quando quiser
e que quando não os quiser também os darei.
Prometo ser amante e escrever as letras mais lindas para você.
Prometo estar ao seu lado e contar histórias de dormir
para afastar seus pesadelos.
Prometo que teremos filhos e um cachorro,
e viveremos e nos amaremos como poucos,
porque à poucos é destinada a felicidade.

Prometo que quando morrer, morrerei em seguida
e que seremos enterrados como vivemos: um junto ao outro.
Em troca de tantas promessas, peço só uma:
promete, com todas as forças,
promete que existe?

Gabriel Riva

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Poemas de Luiz Lima para um amigo e uma amante e algo caótico...

A maioria que frequenta este blog pelo menos já ouviu falar no Luiz, vulgo Behind, parceiro meu em tantos momentos. Muito do que escrevo tem influência dele, digníssimo companheiro com quem criei, em um dia de muita praia e alguma cachaça, a filosofia do som da concha - que tem me ajudado a segurar muitas barras desde então. Músico esplendoroso, péssimo berberrão, compôs algumas melodias para minhas letras. Segue, primeiramente, dois poemas dele.

Poema I

Como falar da lua, se no entanto ser óbvio?
A luz de prata se reflete
no pranto do menino-homem, por causa do não-amor.
Este astro brilha com uma luz que não é sua,
como um poeta que canta
uma dor que nunca teve.

Enfim, a lua desenha no chão o contorno dos corpos
com nanquim de luz e trevas,
numa beleza digna do irreal.

Luiz Felipe Lima
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O dia, segue.
O silêncio nas ruas salienta a necessidade de uma melodia na vida.
Grita no peito a vontade de bem-querer.
A quem?

Luiz Felipe Lima

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Partindo de um papo na madrugada, uma pequena piada-verdade me veio. Acredito que Deus tem um plano para todos nós. Uns descobrem cedo, outros passam a vida a seguir o seu, mas sem saber. Eu? talvez saiba.
Deste pensamento, mandei para uma amiga, Priscila, um pequeno texto, descrevendo essa imagem:

Imaginem como seria mais fácil se Deus nos desse uma carta com nosso objetivo já escrito? Mas, qualquer coisa, sempre nos sobra também tentar coquistar 24 teritórios...

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Eu-lírico

É difícil para mim criar um eu-lírico. Minha poesia é sentida e é quase verdadeira - exagerado, transmutado, mudado de receptor, o sentimento - mas ainda assim, quase verdadeira. Sei que devo o poeta ser um fingidor - mas como escrever algo que nunca se experimentou? É difícil, nem a minha imaginação, esta que cresceu com Arcadia, consegue sair do 0 pra poesia. E fingir sentimento nunca é bom - sempre há a chance de que se incorpore aquilo que fingiu.

Segue ai outra poesia minha com eu-lírico, quem sabe, outra música em breve. Tentarei gravar as últimas e posta-las aqui.

Ana Maria

Todo dia ela bota a saia
pra sair de casa
Passa a madruga fora e só volta
na manhã seguinte
se eu pergunto onde ela esteve, mente

Todo dia ela não quer que a filha saia
Diz que sempre que chega, mente
diz que foi só dar uma volta,
e sai de novo na noite seguinte
Não sei nem se ainda mora na minha casa

Você não entende que quando ela chega em casa
seu rosto não mente
chorou em todo o caminho da volta
É seu jeito de chegar ao dia seguinte
Acha triste onde ela mora, essa casa

Traz lembranças tão boas
E sua vida ainda segue muito difícil
Ela não gosta de ficar à toa
Ela não gosta de ficar sozinha

Gabriel Riva

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Azar e sorte

Qual o preço de uma boa poesia?

É Vida que Segue

É vida que segue!
Sem meu grande amor
sinto o cheiro da poeira
sinto a dor no meu joelho,
Não mudei quase nada desde que me deixou,
É vida que segue!

É o segundo que se foi, e pra não me sentir sozinha
Jogo um papo fora, e tomo uma cervejinha
vejo tudo passar bem de pertinho,
Porque sem meus dois amores
É vida que segue


Vejo os livros na estante, e nossos porta-retratos
Um sorriso amarelo foi o que restou
E Pra não aumentar a dor
eu levo tudo de mansinho,
Eu choro e rezo pro meu senhor,
E é vida que segue!

É vida que segue!
Sem meu grande amor
sinto o cheiro da poeira
sinto a dor no meu joelho,
Não mudei quase nada desde que me deixou,
É vida que segue!

Deixei o seu quarto quase intacto
E seus livros na estante
Não mexei nos nossos porta-retratos
pra não sentir rancor!

Porque é o segundo que se foi
e Sem meus dois amores
fico assim meio que triste, fico assim meio que quieta,
Outro ano se passou...
Mas é vida que segue!

Gabriel Riva