Pedi pra palavra sair
e me contar uma história de fadas,
de guerreiros e letras mágicas.
Mas ela saiu trôpega e sobre nada
ela versava,
nem de lua, nem de noite,
nem de amor ela falava.
Pedi pra gramática
poupar a falha da minha lábia.
Ela riu e falou como peço
se falha é a minha barba?
Perguntei se um segundo a mais,
antes do fim, a letra me dava,
ela riu e saiu assim,
rolando, rimando,
num rio que nada fala.
Gabriel Riva