terça-feira, 6 de setembro de 2011

Gaia/Onilé

Guia me.
Seja a esperança que deixo a cada guinada.
Sejes minha dalva, minha meta,
Minha calma, me afeta
em cada novo dia cinza que me espera.
Nao deixe que me encerre a cada novo erro,
Nem que me conforme com apenas um acerto.
E quando o futuro for negro e incerto como seus oceanos,
Transforme minha tristeza maior em encanto...
E me mostre que, de perto,
A verdade é transparente e o amanhã certo:
Em teu abraço é meu ultimo alento.

Gabriel Riva

quinta-feira, 17 de março de 2011

Hai kai à bandeira

Até hoje me arrepio.
No banco da praça,
o homem, meu Deus, é bicho.

Gabriel Riva

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Hai-kai passado

Quando menos fui o mesmo
foi quando mais fui
sincero: vagava à esmo.

Gabriel Riva

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Espírito de Grinch

Em um micro-mundo, o homem tenta à todo custo limpar a redoma de cristal que lhe cerca, e mostrar aos outros habitantes tudo que ali existe. Ao mesmo tempo, tentar dar atenção a todos aqueles que fazem tolas divagações sobre coisas que ele já pensou e não mais pensa.
O homem então pega uma escada, e sai pelo único buraco que tinha na redoma, em seu topo.

E quando de dentro reparam nele ( e só nele, não em tudo que lhe circunda) pelo cristal que ele limpou para que os outros olhassem, ele inspira sorri e grita, soltando todo ar que seus pulmões guardaram por tantos anos:
- Fodam-se!

Gabriel Riva
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Viver é um mar de desalentos,
onde só se tem rosas com espinho.
Na vida não há maior contentamento
do que um amarelo riso.

Por isso, quem quer que tenha me vendido este peixe,
de que viver é felicidade,
desfaço o contrato, devolva.
Devolva o que quer que eu tenha lhe pago.

Gabriel Riva

domingo, 28 de novembro de 2010

Sonho do Poeta

Quem dera fosse meu
o poema de amor definitivo
Se amar fosse o bastante
poder eu poderia
pudera, às vezes,
parece ser esse
meu único destino

Mas vem o vento e leva
as palavras que digo minha canção de amigo. Um sonho de poeta
não vale o instante vivo.

Pode que muita gente
veja no que escrevo
tudo que sente
e vibre, e chore e ria como eu, antigamente, quando não sabia
que não há um verso, amor,
que te contente.

Alice Ruiz

in Obscured by Clouds

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Smoke and mirros every day

Desalento

When I lost faith in mankind,
there were cars running in the streets
and people laughing by my side;
the stars shone big in the sky.
Everything was the same,
except me.

Gabriel Riva

sábado, 30 de outubro de 2010



Eu sou produto da vida passada,
dos erros incontáveis e dos poucos acertos.
Deixo para trás um mar de ressentimentos
de arrependimentos talvez, e de palavras,
palavras sangradas sentidas perdidas e devaneios,

palavras de raiva e ira de gozo e beijo
de lua e queijo, só de rima também deixo palavras...
Deixo tudo como minha herança,
deixo tudo como Moisés deixou o mar vermelho.

A minha maior obra,
é não sair de toda essa história,
vivo.

Gabriel Riva