sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Espírito de Grinch

Em um micro-mundo, o homem tenta à todo custo limpar a redoma de cristal que lhe cerca, e mostrar aos outros habitantes tudo que ali existe. Ao mesmo tempo, tentar dar atenção a todos aqueles que fazem tolas divagações sobre coisas que ele já pensou e não mais pensa.
O homem então pega uma escada, e sai pelo único buraco que tinha na redoma, em seu topo.

E quando de dentro reparam nele ( e só nele, não em tudo que lhe circunda) pelo cristal que ele limpou para que os outros olhassem, ele inspira sorri e grita, soltando todo ar que seus pulmões guardaram por tantos anos:
- Fodam-se!

Gabriel Riva
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Viver é um mar de desalentos,
onde só se tem rosas com espinho.
Na vida não há maior contentamento
do que um amarelo riso.

Por isso, quem quer que tenha me vendido este peixe,
de que viver é felicidade,
desfaço o contrato, devolva.
Devolva o que quer que eu tenha lhe pago.

Gabriel Riva

domingo, 28 de novembro de 2010

Sonho do Poeta

Quem dera fosse meu
o poema de amor definitivo
Se amar fosse o bastante
poder eu poderia
pudera, às vezes,
parece ser esse
meu único destino

Mas vem o vento e leva
as palavras que digo minha canção de amigo. Um sonho de poeta
não vale o instante vivo.

Pode que muita gente
veja no que escrevo
tudo que sente
e vibre, e chore e ria como eu, antigamente, quando não sabia
que não há um verso, amor,
que te contente.

Alice Ruiz

in Obscured by Clouds

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Smoke and mirros every day

Desalento

When I lost faith in mankind,
there were cars running in the streets
and people laughing by my side;
the stars shone big in the sky.
Everything was the same,
except me.

Gabriel Riva

sábado, 30 de outubro de 2010



Eu sou produto da vida passada,
dos erros incontáveis e dos poucos acertos.
Deixo para trás um mar de ressentimentos
de arrependimentos talvez, e de palavras,
palavras sangradas sentidas perdidas e devaneios,

palavras de raiva e ira de gozo e beijo
de lua e queijo, só de rima também deixo palavras...
Deixo tudo como minha herança,
deixo tudo como Moisés deixou o mar vermelho.

A minha maior obra,
é não sair de toda essa história,
vivo.

Gabriel Riva

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Hi-fi

Não ser nenhum basho,
nem seguir bushido,
faz deste hai um não kai?

terça-feira, 24 de agosto de 2010

pardon for my grammar...

South Lake Tale


I miss that good old time,

When I walked by unknown streets

Feeling that ,to others, I was the not known,

And the street was just the same.

I miss that good old time,

When my friend was only I,

And that cigarette pack that so glad

I paid 10 dollars on.

I miss that good old time,

When nothing more on me seemed to stop by,

But the worry to don´t find

A way to the parking lot.

And to think that by the time I stepped back,

In the streets that for me were the same,

Everybody saw me the same ( bigger, perhaps),

But I had that feeling that for me, I was the not known.


Gabriel Riva

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Mais do mesmo

Mariposa (Duty)

Sonhava muito porque pouco vivia,
e a cada atrocidade vivenciada,
mais em sonhos se entretinha.
A cada sonho, menos sentido viver fazia.

Se perguntando: Viver sem sonhos?
Melhor morrer, dizia.
Eram tantos sonhos em tantos contos,
que poucos planos detinha.

Devaneando, perdeu o ponto,
tempo adentro, foi esquecendo que existia.
E assim, pensou um dia: “Se eu pulasse, será que voaria?”

No chão, carne concreto sangue
lágrimas de raiva e culpa
promessas e xingamentos.

Voa alto mariposa, até o firmamento!
Olha só, quem diria! Que sua alma,
belas asas teria!

Gabriel Riva

domingo, 18 de julho de 2010

Pedi pra musa...

Pedi pra palavra sair
e me contar uma história de fadas,
de guerreiros e letras mágicas.
Mas ela saiu trôpega e sobre nada
ela versava,
nem de lua, nem de noite,
nem de amor ela falava.

Pedi pra gramática
poupar a falha da minha lábia.
Ela riu e falou como peço
se falha é a minha barba?

Perguntei se um segundo a mais,
antes do fim, a letra me dava,
ela riu e saiu assim,
rolando, rimando,
num rio que nada fala.

Gabriel Riva

domingo, 4 de abril de 2010

Homem bom ou egoísta?

Muito tempo sem atualizar aqui. Por incrível que pareça, tenho algumas coisas - até boas - para postar. Guardo elas para quando não tiver mais nada "fresquinho". No melhor estilo dos meus 15 anos, essa foi escrita agora. Não me sinto com vontade de escrever mais nada de especial, guardo isso para os próximos posts.

Homem sério

O homem sério sofre com dores inimagináveis
ao ver o degladeio das pessoas a sua volta,
seus olhos retem mais lágrimas que deveriam.
Mas ele aguenta firme.

O homem sério vai ao trabalho sonhando
com versos e rimas, com cordas e sopros
mas ganha o pão nosso de cada dia
se perguntando se não é esse o que o diabo amassou.
Mas ele aguenta firme.

Ele chora todo dia um pouquinho no banho,
mas só no banho que a lágrima é só mais água
e só um pouquinho, pra que ninguém estranhe
seu olho inchado ou sua demora.
Mas ele aguenta firme.

Ele aguenta todo dia por ter tristezas e problemas
alheios pra resolver. Ele aguenta porque é a renda da família,
o pilar e o conselheiro. Um dia, a morte baterá em sua porta.
Ele vai sorrir, e não terá que aguentar mais nada.

Gabriel Riva