quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Call it fate

Para os que não sabem, uma semana atrás, fez um ano do falecimento de Gus, e vejo que de tudo que senti, me restam saudades. Pensando nisso, no mesmo dia, uma poesia vertia de dentro de mim como lágrimas em palavras (mesma expressão porque é o mesmo tema). Escrevia em rápidos cliques num celular, mas em um erro de dedo, fechei a mensagem e o celular, que sempre as salva, não a salvou. Destino? Provavelmente... elas falavam de dor e não de saudades, e não do preparo espiritual e sentimental já adquirido por mim, seja sozinho, seja de mãos dadas.
A maioria das pessoas não sabe pra que fiz essas duas poesias que reposto. Algumas pessoas mais presunçosas, quem sabe, acreditem sejam pra elas, mas não são. Ana Maria foi feita para minha prima (Mariana) e como ela encarou tudo... de uma forma, inclusive, muito parecida comigo...foram pequenas as diferenças. É vida que segue, provavelmente até hoje minha maior abstração, um sentimento de amor fraternal por dois primos transformado no amor de amantes. Espero que olhem agora com outros olhos estes.
ps: Vocês conseguiram ler o post anterior? Acho que o blogspot apagou o conteúdo...

Ana Maria

Todo dia ela bota a saia
pra sair de casa
Passa a madruga fora e só volta
na manhã seguinte
se eu pergunto onde ela esteve, mente

Todo dia ela não quer que a filha saia
Diz que sempre que chega, mente
diz que foi só dar uma volta,
e sai de novo na noite seguinte
Não sei nem se ainda mora na minha casa

Você não entende que quando ela chega em casa
seu rosto não mente
chorou em todo o caminho da volta
É seu jeito de chegar ao dia seguinte
Acha triste onde ela mora, essa casa

Traz lembranças tão boas
E sua vida ainda segue muito difícil
Ela não gosta de ficar à toa
Ela não gosta de ficar sozinha

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É Vida que Segue

É vida que segue!
Sem meu grande amor
sinto o cheiro da poeira
sinto a dor no meu joelho,
Não mudei quase nada desde que me deixou,
É vida que segue!

É o segundo que se foi, e pra não me sentir sozinha
Jogo um papo fora, e tomo uma cervejinha
vejo tudo passar bem de pertinho,
Porque sem meus dois amores
É vida que segue

Vejo os livros na estante, e nossos porta-retratos
Um sorriso amarelo foi o que restou
E pra não aumentar a dor eu levo tudo de mansinho,
Eu choro e rezo pro meu senhor,
E é vida que segue!

É vida que segue!
Sem meu grande amor
sinto o cheiro da poeira
sinto a dor no meu joelho,
Não mudei quase nada desde que me deixou,
É vida que segue!

Deixei o seu quarto quase intacto
E seus livros na estante
Não mexei nos nossos porta-retratos
pra não sentir rancor!

Porque é o segundo que se foi
e sem meus dois amores
fico assim meio que triste,
fico assim meio que quieta,
Outro ano se passou...
Mas é vida que segue!

Gabriel Riva

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Mesmo naquelas lagrimas de maior sofrimento pode e há Felicidade.

O que é a felicidade? Me peguei pensando outro dia. Uma pessoa amada foi capaz de me dar 500 definições pra felicidade, mas não a minha. Felicidade, pensei, não é o estado normal do ser humano. Um homem jogado na natureza não será feliz pura e simplesmente...não, creio que não.

A felicidade, por isso, é uma coisa assustadora. Você se pegar sorrindo sozinho, falando com qualquer um, sendo extremamente chato... Ela vem e entra na sua vida de tal forma que você passa a ter medo de perdê-la, de voltar ao seu estado natural, selvagem e chato.

Não acredito que a felicidade exista sozinha, ela vem das relações humanas. Sozinhos, podemos ser, e nada além disso. E é por isso que ser feliz tanto me assusta e me impressiona. Enfim, a felicidade surpreende quando se faz real(frase roubada).

Abaixo vai uma versão piegas e boba de “Learn to be lonely”, do musical Fantasma da Ópera.

Change of Life

Child that learnt to be lonely,
Born in the wilderness
Always thought who will be there for you?
Who will comfort and care for you?
Learn to find your way trough darkness
with me

Child of the wilderness
No more lost in loneliness
Now there´re arms to hold you
Your heart is no more on his own
Learn to find the light into darkness
with me

What you dreamed, you´ll live with me
out in the world, my arms will hold you
You always thought your heart was on it´s own
But now I´ll be your comfort, you know

Child of the wilderness
Learn to live together
To love and to care
And welcome loneliness
when you need
but know that you will never be
alone

Gabriel Riva

domingo, 31 de maio de 2009

Soneto dos Astros

Querendo ver o que a noite escondia
Resolveu o Sol não se pôr, um dia,
E , vendo nascer, bela e alva Lua
Decidiu que a teria como sua...

Rodou o céu, à buscar, incessante...
Sem saber, atrás dele a Lua vinha.
Apaixonada pelo rei errante,
Sem poder ser, ao seu lado rainha...

"Já que estais sempre de mim tão distante
Terás um filho, Lua; eu, uma filha,
como amantes, viverão nossa história..."

No céu, a busca do Sol continua
Então, cabe à nós dois, em honraria
Mostrar que este amor também perpetua.

Gabriel Riva

domingo, 10 de maio de 2009

Hoje, eu improviso

Um homem é feito daquilo que ele vive. Não digo só daquilo que está na sua alma ou daquilo que ele viveu no passado. Um homem, da raça homem, é feito do seu presente.
Porque digo isso? As vezes em minha vida a poesia me deixa por um tempo...me deixa não, fica ali, adormecida, encubada, pronta pra a qualquer momento tomar todas minhas células e fazer de mim uma fábrica de letras. Mas hoje, não. Hoje, sou um cara dando uma chance à felicidade.
Hoje, sou um romântico que tenta por seu pé no modernismo(ah, o amor prosaico, este que quero), e que aos poucos descobre novamente o que é poder confiar em alguém sem medo desse alguém ser uma sereia, uma medusa ou seja lá qual outro mito. Sem medo de tirar o capacete de cavaleiro ao final do dia e mostrar as cicatrizes de batalha e dizer "hey, eu também sofro". Um homem que nunca foi de pedra nem de gelo, mas que a muito não deixa ninguém se aproximar o bastante pra perceber isso.
Hoje, sou um líder, ou pelo menos tento ser. Um exemplo, um organizador, alguém que não é necessariamente melhor que ninguém que o segue - mas que assumiu o desafio de guiar o barco, um segundo em comando, com orgulho, um corsário.
Hoje, sou um, quem diria, cristão e religioso. Rezo com meu terço e volto a ter fé na bondade dos meus irmãos e na capacidade de todos perdoarem.
Hoje, não sou um poeta-escritor, mesmo que por pouco tempo, sou hoje poeta-contemplador, que vê a poesia escondida na vida e desfruta egoístamente dela.
Hoje não sou melhor que fui ontem nem pior que serei amanhã, apenas outro.
Hoje, eu improviso.
E meu riso, é sincero.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Learn to to find your way in darkness

O desejo de uma vida normal vem à todos, até ao poeta que se diz boêmio. A procura por uma pessoa especial, dessas que dizem em todo conto de fadas existir, que estará ao seu lado sempre que precisar, leva as pessoas as vezes à acreditar que nunca conseguirão ser elas sem outro, e por isso à entrar nos relacionamentos as vezes mais inusitados e curtos - é o medo do ser humano de envelhecer sozinho, de não constituir uma família. E este medo ataca até os mais confiantes.
Passei um bom tempo aprendendo a conviver comigo e com meus medos, com minhas tristezas e minhas ressacas. Para os primeiros a solução normalmente eram amigos e cerveja, para o segundo palavras. Isso porque a ressaca que falo aqui é mais moral que física. Acredito que todos devem aprender a viver por si, mas que nunca devem deixar de acreditar nesta busca, por mais mela-cueca, mamão com açúcar ou o quer que achem que isso pareça.

Votos


Prometo que chorarei no final de cada comédia romântica,
e que segurarei forte em seu braço quando sentir medo.
Prometo que darei beijos e abraços quando quiser
e que quando não os quiser também os darei.
Prometo ser amante e escrever as letras mais lindas para você.
Prometo estar ao seu lado e contar histórias de dormir
para afastar seus pesadelos.
Prometo que teremos filhos e um cachorro,
e viveremos e nos amaremos como poucos,
porque à poucos é destinada a felicidade.

Prometo que quando morrer, morrerei em seguida
e que seremos enterrados como vivemos: um junto ao outro.
Em troca de tantas promessas, peço só uma:
promete, com todas as forças,
promete que existe?

Gabriel Riva

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Poemas de Luiz Lima para um amigo e uma amante e algo caótico...

A maioria que frequenta este blog pelo menos já ouviu falar no Luiz, vulgo Behind, parceiro meu em tantos momentos. Muito do que escrevo tem influência dele, digníssimo companheiro com quem criei, em um dia de muita praia e alguma cachaça, a filosofia do som da concha - que tem me ajudado a segurar muitas barras desde então. Músico esplendoroso, péssimo berberrão, compôs algumas melodias para minhas letras. Segue, primeiramente, dois poemas dele.

Poema I

Como falar da lua, se no entanto ser óbvio?
A luz de prata se reflete
no pranto do menino-homem, por causa do não-amor.
Este astro brilha com uma luz que não é sua,
como um poeta que canta
uma dor que nunca teve.

Enfim, a lua desenha no chão o contorno dos corpos
com nanquim de luz e trevas,
numa beleza digna do irreal.

Luiz Felipe Lima
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O dia, segue.
O silêncio nas ruas salienta a necessidade de uma melodia na vida.
Grita no peito a vontade de bem-querer.
A quem?

Luiz Felipe Lima

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Partindo de um papo na madrugada, uma pequena piada-verdade me veio. Acredito que Deus tem um plano para todos nós. Uns descobrem cedo, outros passam a vida a seguir o seu, mas sem saber. Eu? talvez saiba.
Deste pensamento, mandei para uma amiga, Priscila, um pequeno texto, descrevendo essa imagem:

Imaginem como seria mais fácil se Deus nos desse uma carta com nosso objetivo já escrito? Mas, qualquer coisa, sempre nos sobra também tentar coquistar 24 teritórios...

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Eu-lírico

É difícil para mim criar um eu-lírico. Minha poesia é sentida e é quase verdadeira - exagerado, transmutado, mudado de receptor, o sentimento - mas ainda assim, quase verdadeira. Sei que devo o poeta ser um fingidor - mas como escrever algo que nunca se experimentou? É difícil, nem a minha imaginação, esta que cresceu com Arcadia, consegue sair do 0 pra poesia. E fingir sentimento nunca é bom - sempre há a chance de que se incorpore aquilo que fingiu.

Segue ai outra poesia minha com eu-lírico, quem sabe, outra música em breve. Tentarei gravar as últimas e posta-las aqui.

Ana Maria

Todo dia ela bota a saia
pra sair de casa
Passa a madruga fora e só volta
na manhã seguinte
se eu pergunto onde ela esteve, mente

Todo dia ela não quer que a filha saia
Diz que sempre que chega, mente
diz que foi só dar uma volta,
e sai de novo na noite seguinte
Não sei nem se ainda mora na minha casa

Você não entende que quando ela chega em casa
seu rosto não mente
chorou em todo o caminho da volta
É seu jeito de chegar ao dia seguinte
Acha triste onde ela mora, essa casa

Traz lembranças tão boas
E sua vida ainda segue muito difícil
Ela não gosta de ficar à toa
Ela não gosta de ficar sozinha

Gabriel Riva

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Azar e sorte

Qual o preço de uma boa poesia?

É Vida que Segue

É vida que segue!
Sem meu grande amor
sinto o cheiro da poeira
sinto a dor no meu joelho,
Não mudei quase nada desde que me deixou,
É vida que segue!

É o segundo que se foi, e pra não me sentir sozinha
Jogo um papo fora, e tomo uma cervejinha
vejo tudo passar bem de pertinho,
Porque sem meus dois amores
É vida que segue


Vejo os livros na estante, e nossos porta-retratos
Um sorriso amarelo foi o que restou
E Pra não aumentar a dor
eu levo tudo de mansinho,
Eu choro e rezo pro meu senhor,
E é vida que segue!

É vida que segue!
Sem meu grande amor
sinto o cheiro da poeira
sinto a dor no meu joelho,
Não mudei quase nada desde que me deixou,
É vida que segue!

Deixei o seu quarto quase intacto
E seus livros na estante
Não mexei nos nossos porta-retratos
pra não sentir rancor!

Porque é o segundo que se foi
e Sem meus dois amores
fico assim meio que triste, fico assim meio que quieta,
Outro ano se passou...
Mas é vida que segue!

Gabriel Riva

segunda-feira, 23 de março de 2009

Achados, não terminados, sem sentidos....



Crossroads

Quando me ajoelhei naquela encruzilhada,
um demônio, desses garbosos, sorriu pra mim.
- Já te esperava, Gabriel. Porque demorou tanto?
- Porque achei que esquina era encruzilhada,
e que se orasse Deus me daria...
- Ah, sem graça, como sempre. Só que seu sempre,
agora é de 10 anos. Enjoy it.

Gabriel Riva
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Era pra fazer um soneto

Que dias ! Tenho bebido tanto, que quando não bebo
penso em quando estarei bebendo.
E a bebida já deixou de ser diversão
a tristeza vem com ela também.
De uma noite frustrada, de um dia desperdiçado,
de mais um dia sem você...quem quer que você seja,
se é que você é alguém.
O que eu, realmente, duvído.

Gabriel Riva
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Quem olhava pensava que seu sorriso brilhava no escuro
Quem não conhecia não entendia, como nunca fechava a cara?
Cabeça erguida, como quem caça estrelas, seguia...
e andava e andava e andava, e nada lhe acontecia
nem bala, nem faca, buraco, bueiro.
Onde vai assim, determinado?
Erra rua, erra avenida, erra tudo!
Como vai chegar no objetivo?

Cabeça erguida, como quem olha nuvens, seguia
pé ante pé, braçada larga, ofegante(é o cigarro, diriam)
onde quer chegar?
Riu, e disse qualquer lugar
tá bom.
Caço nada, que caço passa, nada faço,
busco sonhos.

Gabriel Riva
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Poema de cartão para adultos

Te amo, de forma que nunca
como se fosse a única coisa na minha vida,
meu motivo, razão, objetivo,
te amo por não saber
nada que possa superar um amor
(ou que me dê motivos)

Te amo porque preciso amar.

Gabriel Riva

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No Carnival

No Brasil já é carnaval
Mas aqui não és colombina
e não sou pierrot.

Vai então e me dá uma chance
de te provar
que um beijo pode ser mais que ele mesmo
e ainda assim não ser amor,
que em três dias posso te mostrar
cores que nunca viu, notas que criei
só pra te dar.

Gabriel

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Packing

Neste momento sinto a nostalgia das coisas mais simples e que não imaginei que sentiria - o boteco sujo com os amigos, as andanças bêbado na madrugada, as noites reunidas sem fazer nada com bons amigos, as praias lindas de minha cidade.
Falta dos bons amigos, de pessoas especiais, da boca que não beijo faz 3 meses, do sorriso que vêm depois do beijo....

Texto ainda sem nome

Nunca diga que um amor é tudo na vida. Aproveite cada momento triste como o mais egoísta dos homens - suas lágrimas, seus porres, suas letras são só seus, e devem ser aproveitados sozinhos - assim é a depressão, solitária e egoísta - e por isso faz o homem.
Culpe um amor pela felicidade - beije e foda como a melhor coisa do mundo - podem ser que sejam.
Mas nunca compartilhe aquilo que é negro, e só seu. Este você, em seu âmago, esta parte sua que ninguém mais precisa ver.

Gabriel Riva

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Dias chuvosos

Dias chuvosos não me deixam triste,
não. A tristeza é algo forte e exato
demais.

Eles me deixam reflexivo.
Penso no que vivi e no que não,
em todo caminho que vem pela frente.
E em toda estrada que ficou.

Dias chuvosos me lembram a bossa,
me chamam um cigarro.
Dias chuvosos são um prazer.

Gabriel Riva

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Quase não ficção

O romantismo da vida bôemia é logo quebrado pela imagem do velho sentado ao seu lado, 50 anos, uisque na mão, sozinho. Trepar com mulheres lindas é substituido pela única opção nesta idade - solteironas de 40 com corpos flácidos e barriga de chopp.
Enquanto que aos casados a beleza dá lugar ao amor ou, ao menos, ao companheirismo, com o passar do tempo, para o velho boêmio sobra bocetas que não o excitam, de forma que a bebida passa a ser um atrativo maior.
O flerte é trocado pelos olhares vorazes direcionados as meninas de 17 e 18 anos, que riem dele, o desprezam. Putas passam a ser a única cura para a pica.
Ele logo deixa esses pensamentos de lado. Tem apenas 25 anos, um chopp na mão e um cartlon no bolso. Se direciona à um grupo de mulheres para conseguir a foda da noite. Se não der certo, ligar para a certa.
O futuro que o agurarda é asqueroso e está à mesa ao lado, mas ele não se importa.

Gabriel Riva

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Notícias do exílio

O frio desacelera minha almasinto pouco, vivo muito. Oportunidade nova sendo aproveitada. Não tenho muito o que dizer, o lugar é lindo, superou minhas expectativas, snowboard é sensacional, sensação de liberdade igual do skate...vai um poema rapidamente rabiscado, um dos poucos do meu exílio voluntário.

Sensações

Esse frio que queima mais que fogo
Esse vento que corta mais que faca.
Minha mão vaga à carne viva
Meus lábios todos rachados.

Mas o frio que mais me dói,
que me mata,
É o da falta até de palavras
pra descrever tudo aquilo
que me fez e que aqui não é nada.

Gabriel Riva

Poema do exílio voluntário

O frio bate em meu rosto
e meus olhos se enchem de lágrimas.
O sopro que bate em meus olhos
disfarça minhas outras lágrimas,
do frio que me bate por dentro
e que aos poucos congela minha alma.

Gabriel Riva