domingo, 10 de maio de 2009

Hoje, eu improviso

Um homem é feito daquilo que ele vive. Não digo só daquilo que está na sua alma ou daquilo que ele viveu no passado. Um homem, da raça homem, é feito do seu presente.
Porque digo isso? As vezes em minha vida a poesia me deixa por um tempo...me deixa não, fica ali, adormecida, encubada, pronta pra a qualquer momento tomar todas minhas células e fazer de mim uma fábrica de letras. Mas hoje, não. Hoje, sou um cara dando uma chance à felicidade.
Hoje, sou um romântico que tenta por seu pé no modernismo(ah, o amor prosaico, este que quero), e que aos poucos descobre novamente o que é poder confiar em alguém sem medo desse alguém ser uma sereia, uma medusa ou seja lá qual outro mito. Sem medo de tirar o capacete de cavaleiro ao final do dia e mostrar as cicatrizes de batalha e dizer "hey, eu também sofro". Um homem que nunca foi de pedra nem de gelo, mas que a muito não deixa ninguém se aproximar o bastante pra perceber isso.
Hoje, sou um líder, ou pelo menos tento ser. Um exemplo, um organizador, alguém que não é necessariamente melhor que ninguém que o segue - mas que assumiu o desafio de guiar o barco, um segundo em comando, com orgulho, um corsário.
Hoje, sou um, quem diria, cristão e religioso. Rezo com meu terço e volto a ter fé na bondade dos meus irmãos e na capacidade de todos perdoarem.
Hoje, não sou um poeta-escritor, mesmo que por pouco tempo, sou hoje poeta-contemplador, que vê a poesia escondida na vida e desfruta egoístamente dela.
Hoje não sou melhor que fui ontem nem pior que serei amanhã, apenas outro.
Hoje, eu improviso.
E meu riso, é sincero.

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