domingo, 8 de fevereiro de 2009

Quase não ficção

O romantismo da vida bôemia é logo quebrado pela imagem do velho sentado ao seu lado, 50 anos, uisque na mão, sozinho. Trepar com mulheres lindas é substituido pela única opção nesta idade - solteironas de 40 com corpos flácidos e barriga de chopp.
Enquanto que aos casados a beleza dá lugar ao amor ou, ao menos, ao companheirismo, com o passar do tempo, para o velho boêmio sobra bocetas que não o excitam, de forma que a bebida passa a ser um atrativo maior.
O flerte é trocado pelos olhares vorazes direcionados as meninas de 17 e 18 anos, que riem dele, o desprezam. Putas passam a ser a única cura para a pica.
Ele logo deixa esses pensamentos de lado. Tem apenas 25 anos, um chopp na mão e um cartlon no bolso. Se direciona à um grupo de mulheres para conseguir a foda da noite. Se não der certo, ligar para a certa.
O futuro que o agurarda é asqueroso e está à mesa ao lado, mas ele não se importa.

Gabriel Riva

5 comentários:

Anônimo disse...

Acho que essa 'crônica'(se assim posso dizer) retrata uma nova abordagem para a sua arte. Sinto nela uma forma de colocar para fora um sentimento que no fundo dá medo, mas que vc é jovem demais para dar crédito. E assim segue procurando por um amor perfeito, algo que até hoje vc só encontrou nos livros, nas músicas e na poesia. Não sei se é para desistir da procura, mas com certeza é importante pensar que a mulher que espera seu telefonema não é a certa, senão, não estaria esperando.

Analice Ról disse...

Na moral, se meu pai ler isso (ele tem 52 anos) vai dar um troço ao ser chamado de velho! hahaha Mas falando sério, gostei do texto, é verdadeiro. Mas eu não desprezo os velhos que me assediam porque sou eu quem os assedia! Brincadeiras a parte, saudades suas viu! BEIJO e vê se comenta lá também, engraçadinho!

Anônimo disse...

Pensamentos como estes por alguns momentos assombram a vida daqueles que se dedicam a essa laboriosa vida boêmia. Você conhece gente assim? (=P)
Ouvi dizer que só os poetas tem licença para serem mulherengos... Esse povo nunca ouviu falar em liberdade musical. =D
Os estados de acompanhado-porém-sozinho e lúcido-porém-ébrio são bem retratados nesta sua obra, que concordando com a Naiara, é um tanto mais ousada do que o habitual. Me lembra umas páginas folheadas de Bukowvski.
Você é... você. Abraço

Reni disse...

Sempre escrevendo bem, sempre polemico

beijoes

roabc disse...

porra moleque! TENSO!

hahah muito bom