segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

O Ex-estranho

Não posso dizer exatamente o que é o ex-estranho para Leminski, mas sei que para mim o ex-estranho é se encontrar um pouco mais a cada verso novo, é descobrir ser aquilo que não se sabia ser. É jogar palavras aleatórias numa folha de caderno e, depois de meias horas riscando, apagando, rasgando, encara-la de frente e reconhecer ali um pedaço de si mesmo que não conhecia.
No caso do blog, a proposta é aquela que assumi para minha poesia. Versos normalmente simples, sem muitos tralalás, que ecoam naquele amalgama que chamo de alma(e porque não os versos complexos as vezes? Tem dias que qualquer pessoa se sente mais complicada e, por isso, estes também terão o seu crédito).
Poesia feita durante o carnaval, terminado no domingo da poesia morta, mas que, felizmente, ressurgi.


Uns cheiram cocaína
Outros tomam alegria
Eu tento consolar no álcool
A falta de poesia.

Eu tento encontrar no porre
o sentido desta ironia
Que é viver sem se ter certeza
De que é realmente vida o que se está vivendo.

Gabriel Riva

ps: para manter o velho hábito, o blog será atualizado toda semana, quando eu estiver com saco e algumas vezes quando simplesmente me der na telha.

Um comentário:

Analice Ról disse...

Só você mesmo pra escrever uma poesia dessas...nossa! quanta cachaça! haha
Gostei do poema, acho que sinto isso, às vezes, como se o que vivemos não fosse vida, não merecesse ser nomeado assim. A gente vai vivendo e nem sabe se estamos fazendo certo ou errado ou se, de fato, estamos vivendo ou passando por uma maré de acontecimentos aleatórios. Bom...não sei se deu pra entender, não tô muito boa hoje pra escrever não. Depois te explico melhor. Vê se atualiza sempre. Beijo beijo. Te cuida, Biéééél