segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Adeus, Garça

Ontem fiz uma poesia sem saber o que sei hoje:
que hoje fazem 2 meses que Gus se foi.
Ao contrário do que pensam, essa data é e sempre será marcante. Ela não é uma coisa pra ser esquecida, é pra ser chorada, é pra se sentir nela toda a saudade que foi sendo guardada pra quando se encontrasse com ele - a mente demora a aceitar a verdade.
Todo ano, lembrarei: 19( o meu bom e velho 19 - call fate) dias antes do meu aniversário ele se foi. E chorarei, não importa o quão corrupto e pudreto possa ser meu futuro - chorarei o mais inocente e belo choro, voltarei aos tempos de criança e aos de não tão criança assim. Rirei das lembranças.
Voltando a poesia, não sairá fresquinha aqui. Não. Ela fica pra próxima. Ela é desespero, ela é dor, ela é amarga como não quero que seja esse post hoje. Vai, ao contrário, uma poesia doce, de Bandeira, mas que poderiam me dar pontilhada numa folha para eu ligar os pontos. Ela é minha. Ela é tão minha quanto dele. E tão minha como de outro.

O Último Poema

Assim eu quereria o meu último poema.
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.

Manuel Bandeira

Um comentário:

Analice Ról disse...

Morrer é melhor que viver. Afinal, quando vivemos, somos apenas seres humanos e quando morremos, somos seres eternos. Só morremos quando cumprimos nossa missão, acredito muito nisso. E pensa que, também, Deus precisa de sangue novo pra ajudá-lo lá em cima. Que, quando chove, pode ser também um sinal do "Garça", dizendo que está tudo bem! Um beijo, se cuida :D